Traduzir a linguagem cuidadosa do texto de Rafael Vogt Maia Rosa sobre a obra da artista contemporânea Laura Belém requeria alguma intimidade com os textos do autor.
O livro apresenta reproduções de obras exibidas em importantes museus e galerias em todo o mundo, como ‘O templo dos mil sinos’, apresentada na Bienal de Liverpool de 2010, e as várias instalações no Museu de Arte da Pampulha (MG). Completam a edição os textos analíticos dos críticos Rafael Vogt Maia Rosa, Lorenzo Fusi e Rodrigo Moura; os dois últimos, curadores de importantes exposições da artista.
“Como falar sobre o assunto sem poder descrevê-lo, destacar elementos que, descontextualizados, tendem a perder ou mudar de sentido? Porque, naquele exato momento, compreendia sentimentos que pareciam raros e ao mesmo tempo comuns: o lugar oculto teria ainda a mesma temperatura, luminosidade, a mesma franqueza que aquele em que se encontrava. A sensação, apesar de já ter sua história, depende de uma reverência por aqueles que são considerados mais aptos a atravessar seus receios e revelar um conceito tão abrangente que não poderia ser somente seu. Pois o que essa pessoa faz se aproxima de um jardim, parte de uma cidade ou relembra um conto infantil:”
Rafael Vogt Maia Rosa
“How to talk about the subject without being able to describe it, to highlight elements that, decontextualized, tend to lose or change their meaning? Because at the exact moment she understood feelings that seemed rare and at the same time common: the secret place would still have the same temperature, luminosity, the same frankness of that in which she was. The sensation, despite having its history, depends on a reverence fpr those who are considered most likely to go through their fears and reveal such an embracing concept that could not be hers alone. For what this person does approaches a garden, part of a city, or recalls a children’s story:”
Rafael Vogt Maia Rosa